segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Da reentrée

 


Durante muitos anos, em Setembro o ano lectivo iniciava, e para nós estudantes era na prática o começo de um novo ano. Quando comecei a trabalhar isso deixou de acontecer e o Setembro foi perdendo aquela importância que antes tinha. Apesar disso, eu sempre olhei para esta altura como um possível início. Quando precisamos de mudar, porque não fazê-lo numa altura em que gostamos, que nos trás energia positiva e boas memórias?
Este ano, depois de alguma introspecção, decidi que precisava de mudar um pouco (não tanto quanto gostava, mas o possível) a minha vida, tracei objectivos a curto e também a médio prazo e Setembro foi o mês escolhido. Eu funciono muito bem com objectivos. A ver se corre bem.
Que comece o "novo" ano. (Wish me luck)

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

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Levantei-me e deixei-me ficar sentada na cama uns segundos. Olhei em meu redor e reconheci a minha roupa espalhada pelo chão do quarto. Comecei a vestir-me, calmamente, sem pressa e sem olhar para trás.
-Fica.- disse ele
Continuei a vestir-me e não lhe respondi. Primeiro o vestido, que estava meio engelhado, mas não se notava muito. Depois as sandálias. No fim, fui ao pé do espelho com um pé metálico e comecei a ajeitar o cabelo com os dedos, simulando uma escova. Fui à minha mala e tirei o batom vermelho, o meu preferido, e retoquei os lábios. Pisquei o olho a mim mesma, não sei porquê mas gosto de o fazer no espelho, como se estivesse num flirt comigo mesma. Dei uma última vista de olhos de frente, depois de costas e estava pronta.
Olhei de soslaio para ele, ainda deitado, enquanto punha a minha mala ao ombro.
- Isto é um passatempo para ti, não é?
- Não, eu passo o tempo a ler, ouvir música, no ginásio, sei lá a fazer muitas coisas. Para mim isto é mesmo pelo prazer.
Baixou os olhos em sinal de desistência, como se qualquer argumento fosse em vão. Virei-me e saí do quarto.
Sabia que não era compreendida. Há coisas muito difíceis de explicar.

domingo, 23 de agosto de 2015

Vai ficar tudo bem


Untitled
Vai ficar tudo bem. É o meu novo mantra. Estou a tentar metê-lo na cabeça e principalmente no coração. No fim fica tudo bem, não é?

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

[letter]

Bem vindo meu querido!
Antes de mais quero desejar-te que sejas bem vindo.
A primeira coisa que gostava de te dizer é que quero que sejas muito feliz, sempre. Mas, sabes, eu não consigo ser assim tão crente para achar que isso é possível. Se te dissesse que isto, tudo o que te rodeia, o mundo ou a vida, depende como lhe queiram chamar, é um mar de rosas estaria claramente a mentir. Não é. Longe disso. No entanto, neste mundo imperfeito podemos ser felizes, construir a nossa própria felicidade. Não vai ser fácil. Muitas vezes vais desanimar e perder a vontade de ser feliz, dá trabalho sabes? Mas olha o importante é ir à luta e nunca desistir apesar dos contratempos. Quando a atingires, às vezes, em pequenas coisas que sejam, vais ficar tão contente, vais saborear o doce que a vida tem para nos dar e vais ver que o caminho valeu a pena.
O melhor conselho que te posso dar é: segue o teu coração (parece clichê não é? Mas é mesmo verdade)... Ouve-o. É essencial escutar o próprio coração. Às vezes não é fácil. Custa a entender a mensagem. Mas no fim ele é quem terá todas as respostas. Algumas vezes vais ficar a pensar que ele te enganou e que não te levou no melhor caminho. Estarás a sofrer e pensarás que a escolha foi errada. O sofrimento faz parte da vida, não te assustes. Ele vai-te ensinar sempre qualquer coisa, que mais tarde trará algo útil ao teu caminho. É difícil de perceber, eu sei, principalmente quando se sofre. Um dia vais-me dar razão. 
Por último só te queria dizer que não tentes entender demasiado o mundo, há coisas que não vais entender, vive-o apenas, com intensidade, não te esqueças, com intensidade. Saboreia a vida. E deixa-te levar...

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Sem título

Perguntou-me, com as lágrimas nos olhos:
- Onde está aquela aquela miúda doce e carinhosa que eu conheci?
Eu baixei a cabeça e não consegui responder. Aquela rapariga não existia mais. Talvez uma parte dela ainda restasse num qualquer local recôndito do meu coração, mas eu jamais a mostraria. Agora sou fria, arrogante e por vezes insensível, tenho consciência disso. As cicatrizes invisíveis estão aqui bem debaixo da minha pele e ainda doem.
- Onde está? - repetiu
Fico sem ar, por não saber o que responder. Apetece-me chorar, soluçar e pedir um abraço, um consolo, mas não o faço. Respiro fundo, engulo o choro e respondo:
- Não existe mais.

domingo, 9 de agosto de 2015

Números e palavras


Eu sou dos números. Exactos. Com fórmulas e teoremas de fácil compreensão para mim. Dois mais dois são quatro, para mim e para qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo. Fácil. As palavras, por outro lado sempre me suscitaram dúvidas. A sua interpretação nem sempre é linear e isso baralha-me por vezes. As línguas e as culturas alteram as palavras e principalmente a sua interpretação. Adoro ler mas sei que nem toda a gente retira de um mesmo livro o mesmo que eu. Faz-me pensar. É isso que faz com as palavras tenham algo de mágico, que não se explica muito bem. É, de certa forma, algo que ultrapassa a minha capacidade de compreensão. Os números são objectivos, já as palavras são subjectivas e parecendo que não isso faz toda a diferença. Mas eu, eu sou dos números, sempre fui.
 

sábado, 8 de agosto de 2015

Jogar

-Será que na vida vale sempre a pena ir o jogo? - perguntou-me ele
-Claro que vale - respondi rapidamente. Será, pensei.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Viver devagar

Lifestyle | via Tumblr

Para mim só faz sentido fazer pequenas pausas na vida se for para viver devagar. Saborear o momento sem ter a mínima preocupação sobre as pequenas coisas do dia a dia... Os horários, as responsabilidades, os contactos sociais, as refeições, o outfit e eu sei lá mais o quê deixam de me passar pela cabeça. Deixar-me absorver completamente durante uma leitura, mergulhar calmamente, relaxar ao som de uma música enquanto me delicio com uma bela refeição, que é feita apenas quando se tem fome, apreciar  a maravilha que é o pôr-do-sol, passear enquanto a brisa me refresca a cara. É como se o relógio (esse grande ditador) parasse e eu vivesse durante aqueles dia ao ritmo da vida, da minha, sem regras impostas. Viver cada momento sem precisar pensar no próximo ou no amanhã e permitir a mim mesma desfrutar no seu todo do prazer que ele me dá é essencial. Preciso destas pausas para parar, respirar profundamente e recarregar energias. Às vezes preciso de viver devagar.