Perguntou-me, com as lágrimas nos olhos:
- Onde está aquela aquela miúda doce e carinhosa que eu conheci?
Eu baixei a cabeça e não consegui responder. Aquela rapariga não existia mais. Talvez uma parte dela ainda restasse num qualquer local recôndito do meu coração, mas eu jamais a mostraria. Agora sou fria, arrogante e por vezes insensível, tenho consciência disso. As cicatrizes invisíveis estão aqui bem debaixo da minha pele e ainda doem.
- Onde está? - repetiu
Fico sem ar, por não saber o que responder. Apetece-me chorar, soluçar e pedir um abraço, um consolo, mas não o faço. Respiro fundo, engulo o choro e respondo:
- Não existe mais.
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